quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Medo de você

Oi, eu sou Jader V. Universitário e professor, 21 anos, soro-negativo. E vim aqui para levantar um questionamento muito relevante.



De início sugiro uma situação: Você sai como seus amigos como esporadicamente, quando você vê: Ele(a)! a pessoa mais bonita no bar/rua/cinema etc... Chega pros seus amigos e comenta o quão belo(a) ele(a) é. Então percebe seus olhares, trocam encaradas, se conhecem. Daqui a alguns dias reencontram-se, rola aquela atração! Ele(a) é inteligente, bonito(a), atencioso(a), sexy... Tudo o que você procurava! As paqueram levam alguns dias, semanas meses até que ficam! E entre essas ficadas rola uma tranza! Você como um ser - humano com massa cefálica usa camisinha. As ficadas continuam sendo que em alguns meses começam a namorar. Tudo vai bem, você esta amando, porém, com um dois dias após o começo do namoro, ele(a) chega em você dizendo que tem algo muito importante que precisa te falar, mas que teme que se afaste dele(a)... Ele(a) é soro-positivo. Isto é, tem AIDES. O que você faz?

Antes de responder vamos buscar o que o brasileiro mais carece, informação.



A "Aids" ou SIDA (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é uma doença causada por um vírus de DNA, que se transmite de diversas formas: através da relação sexual com pessoas infectadas; através de transfusão de sangue, estando este contaminado; através de seringas reutilizadas com sangue de pessoas infectadas, entre outras possibilidades de contato entre o sangue do indivíduo e o sangue contaminado.
Tal doença, apesar das diversas tentativas no campo da medicina, não possui cura, mas sim meros paliativos, verdadeiros coquetéis de remédios, drogas caríssimas. A SIDA, como merece ser reconhecida em nossa língua portuguesa, causa à imunodeficiência em todo o sistema de defesa do corpo humano, tornando-o fragilizado, e, sendo assim, mais propenso ao acesso de agentes prejudiciais, ocasionando, além do quadro geral (seja este caracterizado pela febre, dores de cabeça, perda de peso), algumas doenças no esôfago, estômago, intestino, pulmões, e outros órgãos vitais.



De onde vem a AIDES?



Durante a primeira parte dos anos 80 a AIDES era considerada uma doença exclusiva dos gays, gerando assim um preconceito abusivo à esta condição de vida. Isto porque A AIDS foi primeiramente relatada em 1981, quando o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, registrou o uma doença de nome Pneumocystis carinii (No início, o CDC não tinha um nome oficial para a doença, muitas vezes referindo-se a ela por meio das doenças que foram associados a ela, como por exemplo a linfadenopatia, a doença que os descobridores do HIV originalmente nomearam o vírus) em cinco homossexuais em Los Angeles, Califórnia.

Na imprensa geral, o termo "GRID", sigla para "Gay-related immune deficiency" (deficiência imunológica relacionada ao Gay), já havia sido cunhado. No entanto, depois de determinar que a AIDS não era uma doença exclusiva da comunidade homossexual, o termo "GRID" tornou-se enganoso e o termo "AIDS" foi criado em uma reunião em julho de 82. Em setembro do mesmo ano, o CDC começou a usar o nome de AIDS e adequadamente definiu da doença. A idéia de que a doença fosse “irresponsabilidade dos sodomitas” foi esburgada quando foi registrada uma mais antiga identificação positiva do vírus HIV conhecida que veio do Congo em 1959 e 1960, embora os estudos genéticos indicam que o vírus tenha passado para a população humana vindo de chimpanzés em torno de cinquenta anos antes (provavelmente adquirida ao homem através do ato de zoofilia). Um estudo recente afirma que o HIV provavelmente mudou da África para o Haiti e só veio entrar Estados Unidos por volta 1969.

Existe um tratamento?

Existe sim. Embora não exista atualmente nenhuma vacina disponível para o HIV ou a cura para o HIV ou para a AIDS. Os únicos métodos conhecidos de prevenção baseiam-se evitar a exposição ao vírus ou, na falta desta, um tratamento antirretroviral diretamente após uma exposição, chamado profilaxia pós-exposição (PEP), o famoso coquetel. A PEP tem um calendário muito exigente de quatro semanas de dosagem. Ela também tem efeitos secundários. Mas se usados de forma correta, pode trazer bem menos complicações a vida do portador. Inclusive, o ministério da saúde brasileiro ja oferece os medicamentos através de planos governamentais.



Com o nosso sistema imunológico comprometido, o cuidado com certas doenças deve ser multiplicado. Levando uma consideração uma doença tão grave, a prevenção vem sendo a forma mais eficaz de evitar o proliferação do vírus, por isso milhões são gastos anualmente em distribuição de preservativos gratuitos para os cidadãos de inúmeros países. Contudo, o contato sexual, embora o mais comum, não é a única forma de contaminação. Como dito acima, a contaminação pode ser genética, isto é de pai para filho, ou por contato entre o sangue contaminado e o não contaminado.

Seja por transmissão sexual, genética ou qualquer outra, pessoas em todo mundo são obrigadas lhe dar com a doença (mas não sozinhas), porém em momento algum deve-se considerar que esta pessoa terá uma vida curta. Se prestarmos atenção, o alcoolismo, a dependência de drogas pesadas, a violência urbana e a negligencia no transito matam pessoas muito mais rápido do que a AIDES. Sendo assim, como é a vivencia do portador de HIV na sociedade?

As pessoas mais informadas, ou até mesmo os hipócritas responderiam: “normal”. De fato deve ser sim, embora isso não venha acontecendo. A discriminação com o portador do vírus é tão grande quanto aos portadores de necessidades especiais, as diferentes raças ou orientações sexuais. Até porque membros destas mesmas minorias descriminam uns aos outros.

Os questionamentos certamente ainda continuam: e por que, não sendo a AIDS uma doença que tenha aparecido agora, somente nesses últimos tempos, passou-se a procurar reivindicar, a buscar os direitos trabalhistas dos aidéticos e dos portadores do HIV? É indubitavelmente simples responder a este questionamento quando se aprecia o fato de que até pouco tempo atrás o aidético não possuía uma presunção de continuação de vida, acreditava-se que essa, na realidade, era pouquíssima. Hoje, os paliativos trazidos pela medicina levam a verificar uma expectativa de vida maior, e assim, passa-se a procurar a persecução dos direitos dos aidéticos, dos portadores de HIV, não só no campo do trabalho, como também nos outros campos do direito e da sociedade em si, vinculando todos os aspectos a vedação das práticas discriminatórias e preconceituosas.

Direitos



Portanto foi listado os direitos do portador do vírus dentro da saúde e ministerio do trabalho, entre eles:

FGTS do portador: O portador da doença pode movimentar e sacar os valores depositados a título de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para tratamento de saúde independentemente de rescisão contratual ou de comunicação à empresa onde o mesmo trabalha. A regra vale também para custear despesas de dependentes e ascendentes de quem tem a doença. A obrigatoriedade está na lei 7670/88; FGTS do titular para uso do dependente;
Levantamento do PIS/PASE, A Lei de Organização Social (LOAS) prevê o benefício vitalíceo para as pessoas que não têm qualquer meio de sobrevivência;
De acordo com a Lei 8742/93, é assegurado o benefício de um salário mínimo mensal; Direitos Trabalhistas como a Estabilidade, a proibição por lei da Demissão baseada na doença, o direito ao Sigilo;
Não pode haver restrição absoluta de aptidão ao trabalho sob a alegação de perigo de contágeo; Pode haver, sim, locais impróprios, mas a inaptidão deve ser analisada caso a caso.
Cobertura integral pelos planos de saúde. O Sistema Único de Saúde (SUS) é obrigado a garantir o fornecimento de todos os medicamentos necessários após portadores do vírus HIV e doentes de Aids. O chamado "coquetel" deve ser distribuído mediante receita e controle pelas Unidades Públicas de Saúde.
Proibição de discriminação em ingresso em cheches, escolas e outros;
Proibição de discriminação em ingresso de concurso público, Lei 11.199/2002, Artigo 2º - Para efeito desta lei, considera-se discriminação aos portadores do vírus HIV ou às pessoas com AIDS: I - solicitar exames para a detecção do vírus HIV ou da AIDS para inscrição em concurso ou seleção para ingresso no serviço público ou privado;
Fornecimento de medicamento para uso residencial. Sobre os direitos tributários há isenção do imposto de renda dos proventos de aposentadoria, reforma e pensão, desde que o portador comprove a doença mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do DF e dos Municípios, e no setor administrativo, o soro – positivo tem direito à Transporte Público Gratuito, tratamento em casa, Acesso ao prontuário médico e direito a laudo médico para fins de continuidade do tratamento, entre outros.

Direito ao amor



É certo que todo portador do vírus da AIDES deve contar com o apoio familiar, e se não tiver buscá-lo. Pois acredita-se que por maiores que sejam as discriminações sociais.

Já chegamos a conclusão que em pleno século 21 o soro-positivo tem plena capacidade de ter uma vida normal em sociedade e afetiva sem comprometer as pessoas. O grande desafio é que parte deles preferem manter sua condição no anonimato, o que é um direito, no entanto, Ao assumir um relacionamento físico, o comum é que o conjugue deseje manter relações sexuais sem o uso do preservativo. E é nesse momento que o soro-positivo nega e revela sua condição. Assustados alguns fogem, outros ficam sem saber o que fazer, e alguns raros aceitam e assumem travar essa luta ao lado do amado(a).

O que o ser - humano precisa é deixar de ser egoísta! O vírus não deteriora o carinho das pessoas, e muito menos o impedem a uma pratica pessoal segura, porque de agora em diante o desafio dele(a) não será apenas proteger-se, mas protegê-lo(a) também. Pois pode ser ao lado de um portador de HIV que você vai construir seus sonhos familiares.

Looking at my life
It's very clear to me
I lived so selfishly
I was the only one
I realized
That nobody wins
Something is ending
And something begins
Nothing really matters
Love is all we need
Everything I give you
All comes back to me
- Madonna


Michael & Ben do seriado Queer as Folk. Ben é soro positivo, e Michael precisou quebrar paradigmas em sí proprio, sociais, familiares e no proprio namorado, para viver em nome do que preza!

Até a proxima

Um comentário:

  1. Olha, esse é um assunto muito delicado viu? É preciso muito amor para saber enfrentar essa situação.
    Você não deixa de ser humano sendo soro positivo mas pode sim deixar o lado humano de lado se se negar a viver uma história feliz com alguém só porque ela é soro positivo, né?
    É aquela história, nunca aconteceu comigo, não sei como eu agiria, o mesmo para o aborto.

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